sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Resenha: "Capitães da Areia" - Jorge Amado

                                     





                                            Hoje vou de clássico brasileiro.

        Há alguns meses minha professora de literatura pediu para a minha turma ler "Capitães da Areia" para um trabalho. Claro que todo mundo chiou. Até eu chiei. Acabei me surpreendendo . Comecei a ler mais por obrigação da escola, mas me apaixonei pela história logo nos primeiros capítulos.
       O romance narra a história de meninos de rua da Bahia, mais precisamente da cidade de Salvador, que se unem e formam um grande grupo de meninos ladrões: os Capitães da Areia. O grupo tem como líderes (consequentemente os personagens principais da história) Pedro Bala,  Sem Pernas, Gato, João Grande, Professor, Pirulito e Boa Vida. O bando é temido na cidade, pois tem fama de sere violentos e dotado de jovens ladrões espertos e sorrateiros. Ninguém os pegava , quando pegava eles fugiam, nem sabia onde era o esconderijo das crianças, o máximo que o restante da sociedade sabia era dos feitos dos pequenos marginais.
        Embora a sociedade julgasse os meninos de criminosos, Jorge Amado não dá a eles esse tipo de tratamento e ou denominação. Com um importante narrador onisciente, o autor mostra o outro lado da moeda, indicando que o bando só seguiu por esse caminho por não ter outra oportunidade, já que ninguém agiu de forma gentil ou pelo menos piedosa com os órfãos. Analisando esse pensamento, pode-se dizer que o livros é de extremo engajamento, contendo também um viés marxista, o que fez , em 1937, mais de 800 exemplares do livro serem queimados, pois foram acusados de serem adeptos ao comunismo.
        Mas , depois dessa resumidinha bem básica, vou voltar a parte mais legal, linda e apaixonante que é a história dos Capitães da Areia.
        Como dito antes, os meninos vivem escondidos em um lugar que ninguém, além deles, sabe a localização: o Trapiche. O trapiche é uma casa velha, abandonada em um areal, onde os Capitães adoram como lar. Os sete personagens principais vivem realizando novos feitos, são temidos na cidade e (quase) nunca são pegos. Cada um tem uma característica marcante: Pedro Bala, o corajoso líder do bando; Professor, o único que sabia ler, inteligente e culto; Gato, o malandro; Sem Pernas, era o mais revoltado de todos eles, brigão e depressivo; Pirulito, era religioso e desejava ser padre; João Grande, tido como o mais bonzinho do grupo; Boa Vida, esse é malandro e preguiçoso, levava a vida de um jeito manso. 
       Em uma das andanças de Professor e João Grande, eles encontram Dora e seu irmão , Zé Fuinha, vagando pelas ruas da cidade após terem perdido sua mãe por conta da epidemia de varíola que estava acontecendo na época. Sensibilizados com a situação de Dora, os meninos a levam para o trapiche, onde, embora demore, é aceita pelos Capitães e se torna a única menina do bando, no qual conhece Pedro Bala e nasce um romance entre os dois. 
        No desenrolar de vários acontecimentos, alguns dos meninos seguem seus destinos, tomam caminhos diferentes e se separam dos Capitães da Areia, dando ao grupo novos líderes. 
        Queria contar mais sobre a história, porque é linda demaaaaaaais, você se apega muito aos personagens, se envolve nos acontecimentos, tanto que chorei umas três vezes durante a história, mas se eu continuar contando corre o risco de rolar muito spoiler, então vou parar por aqui. O livro foi adaptado para o cinema, não faz muito tempo (em 2011) e foi dirigido pela própria filha do Jorge Amado! A adaptação é muito fiel ao livro, tem diálogos da história e tudo mais, vale muita a pena ver depois de ter lido o livro, mas só depois! porque senão quebra o clima, né?
       Espero que vocês tenham gostado da resenha, recomento muuuito o livro, está entre os meus favoritos!! 
       

       Beijos! Até mais!!

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