quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Pseudo

Guarda  chuvas podem ser comparados a sorrisos. Por que não, né? Os dois servem para você esconder-se da chuva, da chuva que as nuvens derrubam sobre nós, das chuvas de perguntas com aquele tom fingido de preocupação ,mas lotadas de curiosidades, das chuvas de lagrimas que as vezes derrubamos… mas sempre temos aquele velho e amarelo guarda-chuva que nos protege de outra possível precipitação  (literal ou não). Estou cansada desse meu velho falso abrigo, quero joga-lo fora e dizer ” não preciso mais de me esconder através de você”. Mas por enquanto ele vem sendo meu melhor e mais ausente amigo. Melhor pois sempre que preciso posso usa-lo, ausente pois queria que ele estivesse sempre comigo, que fosse fixo no meu rosto, que deixasse de ser um acessório que levo dentro da minha bolsa de sentimentos e virasse uma parte de mim, uma parte “destiravel”, como um órgão, nunca parando de funcionar e eu iria cuidar dele, para nunca ficar doente, você iria cuidar dele também, iria alimenta-lo com seus beijos, enche-lo de vida com seu humor, iria rega-lo com carinhos como se fosse uma flor frágil (e ele é frágil), nunca deixaria-o ficar guardado novamente naquela bolsa escura e empoeirada. Ela não existiria mais, não seria mais uma bolsa velha e acabada, seria como um livro, daqueles de capas coloridas, cheio de imagens e de historias com finais felizes, com reis e rainhas, vilões e heróis, seria como uma epopeia infinita que só você seria capaz de ler, que só você seria capaz de escrever novas historias. Só eu e você.Porém, com o tempo a gente aprende que nem tudo é um mar de rosas, que nem sempre historias vão ter finais felizes, vamos aprender também que os finais tristes são sempre os mais belos e o que te ensinam mais sobre a vida e que a esperança vai ser enterrada contigo, porque por mais que você saiba que não ha mais jeito, a chama verde ainda resiste dentro de você, e isso não te deixa cair, te alimenta, com o tempo você vai vivendo cada vez mais historias e vai colocando cada vez mais lenha nessa fogueira, as vezes de labaredas altas, a vezes com apenas um pontinho de luz. Esta chovendo de novo… vou ali, na bolsa velha e empoeirada, buscar meu guarda chuva.

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